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Módulo 1 - TEORIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
Módulo 1 - TEORIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

 

                                                              

Movimentos sociais são os comportamentos coletivos que integram contextos derivados de cenários de tensão, frente aos quais os meios institucionalizados se mostram inadequados para estabelecer algum controle. Em meio a esse quadro, grupos diversos movidos por diferentes fins articulam-se por meio de organizações e discursos visando à transformação das formas de interação individual e dos grandes ideais culturais. Uma das explicações relaciona-se a velocidade díspar com que as ações coletivas e os sistemas sociopolíticos se reinventam, levando esses últimos a mostrarem-se obsoletos em relação ao dinamismo das primeiras, estimulando, desse modo, mobilizações de diferentes naturezas para que seja encontrado um ponto de equilíbrio entre ambos.

Do individual ao coletivo; do artesanal ao processo revolucionário de transformações sociais nas áreas científica, política, econômica e cognitiva; as mudanças ocorreram e o despertar crítico prolifera-se aos dias atuais através dos recursos midiáticos, principalmente pela internet que integrou toda a população através de mobilizações em todo o país perante a conscientização e realidade dos problemas de nosso país, principalmente aos escândalos políticos que acumularam nestas últimas décadas. Todo o território nacional em sua viabilização federal, estadual e municipal fora sensibilizado  a respeito da conjuntura social, despertando “gigantes”. Com os Manifestos Sociais ocorridos no Brasil em Junho de 2013, discussões tornaram-se frequentes no âmbito social, principalmente na esfera pedagógica e redes sociais, em que jovens engajam-se cada vez mais em sua participação ativa e crítica na realidade brasileira.

 Mobilizações pacíficas e violentas fizeram e fazem parte do cotidiano nacional, como os protestos decorridos da Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), movimento Diretas Já (1983-1984), Fora-Collor (1992).

                

 

                                                        

 

Recentemente várias mobilizações ocorreram após os Manifestos Sociais de junho de 2013. Em fevereiro durante uma passeata que reuniu 15 000 militantes do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) em Brasília tentaram avançar sobre o Palácio do Planalto. Policiais militares foram atacados com paus, martelos e pedras. No confronto, trinta PMs e doze sem-terra ficaram feridos.  Os Black Blocks quando surgiram nas ruas brasileiras já chegaram de máscara e marreta em punho, quebraram lojas, incendiaram ônibus e invadiram prédios públicos em badernas no Rio, em São Paulo e em outras 22 capitais. Mesmo assim, receberam olhares benevolentes dos políticos. Em janeiro de 2014, em consequência de um rojão morreu um cinegrafista, disparado por um mascarado, o atingiu em cheio quando trabalhava.                   

                                           

 

No mês de abril de 2014 houve a redescoberta do fogo como uma ferramenta aos protestos sociais. Quase todo protesto resultou em um incêndio – de ônibus, de lixo, de pneus. O dançarino Douglas Pereira, de 26 anos, apareceu morto na favela do Pavão – Pavãozinho, na Zona Sul do Rio de Janeiro, os moradores acusaram a polícia de tê-lo executado ao confundi-lo com m traficante e foram às ruas protestar. Houve tiros e barricadas em chamas. Em Palmeiras, interior do Piauí, a população apelou para o fogo contra a falta de energia elétrica. Os moradores foram à Eletrobrás, quebraram paredes e atearam fogo no prédio. Em Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital de Goiás, manifestantes queimaram pneus na principal avenida pedindo mais segurança.

                          

 

 

Grandes possibilidades de acontecerem manifestações incendiárias à realização da Copa do Mundo no Brasil, que explicita a falta de credibilidade de nossos governantes. Vivemos um momento em que Sociedade e Estado aparentemente não falam a mesma língua. Para manter o emprego ou receber uma gratificação, para ter mais segurança ou conseguir uma audiência, um quebra-molas, um ônibus novo é preciso atear fogo? Manifestações violentas são vistas com excessiva naturalidade. Prefeito, governador, presidente, ninguém vem a público censurar a violência ou mesmo mandar uma palavra de conforto aos familiares dos que morrem nesses protestos.

A partir dessas discussões foi proposto pelos alunos e professor um projeto de intervenção que objetivasse a formação crítica e cidadã por meio das características dos cartazes dos manifestos sociais no Brasil, em uma perspectiva de cruzamento de textos, ou seja, gêneros que se interligam e fomentam a temática em um contexto global.