METRÓPOLIS - disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Pqfc1Uxt91o
Metrópolis é um filme de ficção científica lançado em 1927, por Fritz Lang, um mestre do expressionismo alemão. Situado em uma distopia futurista, no filme, a sociedade está dividido em duas classes distintas e separadas, os pensadores e os trabalhadores. Metrópolis descreve as lutas entre as duas sociedades opostas. Sabendo que ela foi produzida em 1927, e aproximando à contemporaneidade, é uma experiência, que, em muitos aspectos da trama, são assustadoramente próximos da realidade atual. Metrópolis descreve uma sociedade onde a "Nova Ordem Mundial" já existe, e uma elite selecionada vive no luxo, enquanto massa trabalhadora e desumanizada, vive num inferno social , altamente controlado. O filme começa mostrando os trabalhadores e sua cidade, situada nas profundezas da terra até à superfície. Eles são mostrados vestidos iguais, andando em sincronia, segurando sua cabeça para baixo, significando submissão, resignação, desespero. Durante todo o filme, “o gado humano” é descrito como sendo física e mentalmente cansado e altamente impressionáveis. Como um rebanho de ovelhas, os trabalhadores se movem em multidões, são muito suscetíveis e podem ser facilmente enganados. O trabalho dos trabalhadores em uma máquina monstruosa, um complexo industrial infernal onde devem realizar as tarefas repetitivas e desumanizantes. Se os trabalhadores vivem em uma distopia infernal subterrânea, os pensadores inversamente evoluem para uma reluzente utopia, um testemunho magnífico de realização humana. Esta cidade brilhante não poderia, entretanto, ser sustentada sem a existência da máquina e os seus efetivos dos trabalhadores. Por outro lado, a máquina não existiria sem a necessidade de sustentar uma cidade. Encontramos aqui uma relação dualista em que duas entidades opostas existem em dependência mútua.
Dentre as personagens destacam-se João Fredersen e Maria. A cidade foi fundada, construída e gerida pelo autocrático João Fredersen. Como o governante criador de Metropolis, Fredersen é semelhante ao Demiurgo gnóstico, um semideus que é criador e governante do mundo material. Maria, mulher carismática, que é muito admirada por seus colegas de trabalho, compreendendo seus sofrimentos e desesperos, e sabendo que a revolta está a germinar, Maria prega a paz e paciência, profetizando a vinda de um "mediador", que viria a ser o coração "entre a cabeça (os pensadores) e da mão (dos trabalhadores)".
Também em destaque as personagens Rotwang e Freder, filho de Fredersen. Rotwang, o inventor que orgulhosamente apresenta a Fredersen a sua mais recente invenção, o Homem-Máquina, que ele considera ser o "homem do futuro". O Androide tem a faculdade de tomar a forma de qualquer pessoa e, o sonho transumanista já estava presente novamente no início de 1920. Frederson então ordena a Rotwnag dar ao Ser-Máquina à aparência de Maria, a fim de usar sua credibilidade e carisma para espalhar a corrupção entre os trabalhadores. Assim, cria-se um movimento de rebeldia e protesto destruindo todas as máquinas e devastando a cidade subterrânea. A moral da história do filme metrópole não é "vamos abolir todas as desigualdades e reconstruir um mundo onde todos são iguais" e certamente não é "vamos ser democráticos e votar em quem queremos como governante." Freder é a ligação entre "a mão e a cabeça", os trabalhadores e os pensadores. Em síntese o filme reflete sobre o processo de globalização em que ao final pressupõe que os trabalhadores seriam enviados de volta para as profundezas onde eles pertencem, mas com a adição de um mediador, que será o elo entre os trabalhadores e os pensadores. Então, depois de tudo dito e feito, o filme é intrinsecamente "elitista", como ele ainda apela para a existência de uma elite de pessoas que detinham a maioria dos recursos e a gestão de uma classe trabalhadora.
Primeira atividade:
Discussão sobre o filme, observando as relação de força e poder, divisão de classes, desigualdades e contestações sociais, relacionando-os aos recentes manifestos sociais ocorridos no Brasil e no mundo.